ÁUDIO: pastor chama educadora de 'escurinha' e 'safada', e é denunciado por injúria racial

  • 09/05/2025
(Foto: Reprodução)
Caso ocorreu em Araras (SP), em 2024, após Elijanes Muniz usar celular para gravar áudio de igreja. Ministério Público denunciou pastor Durvalino Brocanelli pela lei de crime racial. Pastor de Araras (SP) chama educadora de 'escurinha', 'safada' e 'sem vergonha' em culto Um pastor de uma igreja evangélica de Araras (SP) foi denunciado pelo Ministério Público pelo crime de injúria racial. O caso aconteceu em setembro de 2024, e a vítima é a educadora Elijanes Muniz, que atuava como intérprete de libras nos cultos. Em um áudio, o pastor Durvalino Brocanelli se refere a ela como 'escurinha', 'safada', 'sem vergonha' e 'moreninha'. (ouça acima a gravação). 📲 Participe do canal do g1 São Carlos e Araraquara no WhatsApp Em 29 de abril, o pastor foi intimado pela Justiça para prestar depoimento. A defesa dele foi procurada pela EPTV, afiliada da TV Globo, mas disse que não vai se manifestar no momento. Áudio de ofensas gravado em culto Elijanes é evangélica há 20 anos e era intérprete de libras nos cultos da igreja Evangelho Quadrangular. Ela se sentiu vítima de um crime justamente no lugar onde mais se sentia bem, no dia 8 de setembro de 2024. Ela fazia o trabalho de intérprete de libras no culto das 10h e gravava com o celular o som ambiente da igreja. Elijanes Muniz denunciou injúria racial de pastor durante culto em Araras (SP) Leandro Vicari/EPTV Em determinado momento do culto, o pastor começou a apresentar candidatos a vereador que concorreram pelas eleições municipais de outubro. A filha do pastor percebeu que a mulher estava gravando e não gostou. Imediatamente Elijane parou de gravar. Naquele mesmo dia, só que no culto da noite, o pastor teria proferido as ofensas no púlpito. Elijane não estava na igreja no momento da fala do pastor, mas outro fiel gravou o áudio do que foi dito e enviou para ela. Veja abaixo a transcrição: "Olha do lado aí, se você ver alguém com celular assim, fala pra mim que eu vou meter a mão na cara. Tem alguém com celular que tá gravando. Amado, no primeiro culto, não segundo culto. Minha filha ficou muito brava com uma 'escurinha', 'safada', 'sem vergonha', que estava ali gravando. É uma que fazia, como é que é, libras aqui, uma 'moreninha'", disse o pastor Durvalino. "Por ele ser um líder religioso, foi um baque muito forte. Meu coração dói até hoje. Tá doendo menos, mas na época doeu muito, muito, muito", ressaltou a educadora. Eliane levou o caso para a polícia e o boletim foi registrado como injúria racial. Em depoimento, ela informou que considera que teve a honra ofendida, já que é uma mulher negra e o autor fez menção a cor de sua pele de forma pejorativa e preconceituosa. Embora racismo seja o termo mais usado para fazer referência a crimes de preconceito racial, do ponto de vista legal existem diferenças. Mais notícias da região: INVESTIGAÇÃO: Bebê de 4 meses chega morto e com hematomas em UPA no interior de SP; Polícia Civil investiga LATROCÍNIO: Segundo suspeito de balear e matar jovem em tentativa de roubo de moto é preso em Conchal CRIME: Homem é assassinado em casa com golpes de tábua de cortar carnes no interior de SP O advogado de defesa da vítima de injúria racial em Araras (SP) Lucas Alvarenga. Leandro Vicari/EPTV "O racismo é quando a gente fere uma coletividade, mas a gente não identifica a pessoa. Ao passo que, quando a gente se refere a injúria racial, eu direciono a minha ofensa de cunho racial a determinada pessoa", explicou o advogado de defesa da vítima Lucas Alvarenga. Para o advogado, não resta dúvida que a vítima foi o único alvo da fala preconceituosa. "E que pese não haja um nome dela nisso. Nessa segunda frase onde ele fala: "Ah, é uma que fazia libras aqui", a gente tem um direcionamento dessas ofensas, especificamente à pessoa dela. Ela é a única intérprete da igreja preta. Então, ou seja, não existe outro intérprete que não seja ela". Denúncia do Ministério Público No fim de abril, o Ministério Público denunciou o pastor pela lei de crime racial. A denúncia é assinada pelo promotor Marco Antônio Gesualdi Xavier de Freitas. Ainda de acordo com o promotor, quando se busca "a prevenção da discriminação racial, prevalecem os princípios dos direitos humanos e que é preciso garantir a punição adequada de qualquer forma forma de discriminação ou incitação à discriminação de raça". Pastor é denunciado por injúria racial em Araras Elijanes deixou aos cultos na igreja e agora frequenta outra. Ela espera que a justiça seja feita e que pessoas negras não passem pela mesma situação. "Porque dói. A cor não não discrimina a pessoa. Nós somos todos iguais, né? Perante a lei, perante os homens. Infelizmente, mas vamos seguir em frente, não vamos desistir e vamos lutar pelos nossos direitos", ressaltou a educadora. O que o pastor alegou em depoimento Em depoimento, o pastor não negou o que falou sobre a educadora. Disse que costuma se referir às pessoas como loirinha, branquinha, sem preconceito. Já sobre as palavras "safada" e "sem vergonha", disse que se referia não à vítima em si, mas à conduta dela de gravar o culto, que, segundo ele, é uma ação desavergonhada. Alegou ainda que trabalha contra o racismo e preconceito na igreja. A filha do pastor também prestou depoimento. Declarou que a vítima queria beneficiar um grupo político da cidade. Reconheceu que o pastor, o pai dela, fez menção ao caso, mas que a fala foi tirada de contexto. O advogado de defesa nega que houve cunho político e que nada justifica o preconceito. "E mesmo se houvesse o cunho político, o fato de você defender ou apoiar candidato X ou candidato Y, não te dá o direito de se referir a pessoa como uma escurinha safada e sem vergonha. Isso não existe", disse. A pena para o crime é de dois a cinco anos de prisão. A pena será dobrada se o crime for cometido por duas ou mais pessoas. VÍDEOS DA EPTV: Veja mais notícias da região no g1 São Carlos e Araraquara

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2025/05/09/pastor-e-denunciado-por-injuria-racial-contra-educadora-em-culto-escurinha-safada-sem-vergonha.ghtml


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